sábado, 10 de novembro de 2012

Juntei aqui um pouco de informações sobre essa guitarra mais que especial, instrumento de som único que sempre encantou a todos que gostam de Queen. Um pouco sobre sua fabricação, pois nos inicio do anos 80  sem os recursos de midia que temos hoje, muitas lendas sobre a "red special" eram contadas. Nos vídeos alguns solos que dão o tamanho correto da importância dela para a história do Rock. God Save The Queen.


História:
Brian May fabricou-a ele mesmo, entre 1966 e 1967, com a ajuda do seu pai, já que não tinha dinheiro para comprar uma guitarra de grandes marcas como a Fender ou Gibson, por exemplo. A "Old Lady" foi construída artesanalmente pelo próprio Brian May, então com 16 anos, que contou apenas com algum material reciclado, além da valiosa ajuda de seu pai, um gênio da eletrônica.

O nome que deram a guitarra foi Red Special por causa do design do corpo que foi idealizado pelo próprio Brian May. Ele achava que os modelos da época(início dos anos 60) tinham uma certa falta de propósito em seus formatos. Brian partiu de um desenho que tinha como objetivo a acústica perfeita acima de tudo. As características da Red Special são bem peculiares. Trata-se uma guitarra de corpo semi-sólido, com braço aparafusado, derrubando o mito de que um instrumento com esse tipo de fixação de braço não proporciona tanto "sustain" quanto os colados ou interiços. O braço é fixado com apenas um parafuso grande e dois pequenos parafusos internos, sob o escudo. Para construir o braço, foi utilizada madeira (mogno) de uma antiga lareira. A escala de 24 trastes, algo inovador na época foi confeccionada de carvalho de uma mesa. Essa mesma madeira foi usada na parte central do corpo. O carvalho é uma madeira dura e clara.
Brian pintou a escala de preto para parecer ébano. O braço é muito grosso e foi baseado num braço de violão. Este talvez seja um dos segredos do "sustain" do instrumento. Outro detalhe interessante do braço é o sistema de traste zero e a pestana, que serve somente para espaçar as cordas. Tal sistema foi utilizado para fazer as cordas soltas soarem idênticas às digitadas. Com isso, ele pôde dividir o atrito vertical e lateral em duas peças específicas para cada função. As cordas saem praticamente retas em direção às tarraxas e com ângulo mínimo. Na construção do corpo, que é oco nas laterais, além do bloco central de carvalho, foi utilizado compensado revestido de mogno no tempo e na parte de trás. A ponte foi feita à mão com componentes de motocicleta(molas da alavanca) e até mesmo uma agulha de tricô serviu de matéria-prima(ponta da haste da alavanca). O rastilho é do tipo roller. O escudo é feito de um material preto chamado Perspex, semelhante a baquelite ou acrílico. Os botões foram feitos em torno que havia na escola de Brian.


O próprio guitarrista fez os primeiros captadores, mas foram logo substituídos por 3 single-coils Burns, que, na época, eram os únicos disponíveis separadamente no mercado. Um detalhe essencial é que eles são ligados em série. Há uma chave liga/desliga e outra que inverte a fase para cada captador, num total de 6 chaves, com volume e tonalidade master. O timbre mais utilizado por ele é o de duas bobinas com fases invertidas que proporciona efeito de humbucking. Ao utilizar os três pick-ups simultaneamente, perde-se tal efeito. Por isso, dificilmente ele utiliza essa configuração. Recentemente, a Red Special, sofreu uma extensa reforma, realizada pelo luthier australiano Greg Fryer. Ele utilizou os mesmos materiais originais da Red Special. Fryer construiu três exemplares idênticos para Brian, que os batizou de John, Paul e George(em referência aos Beatles). É possível que Greg Fryer lance no mercado alguns "clones" da Red Special.


Segundo a mãe, dona Ruth, Brian sempre criava algo, como o pai - maquetes, jogos e outras coisas. Isso foi determinante para a criação da Red. Aos 6 anos, Brian começou a tocar Ukelele e, em seguida, ganhou uma guitarra acústica, mas o som dela não agradava.
Por volta de 1958, viu os amigos comprando guitarras elétricas das marcas Gibson e Fender, mas ele não podia comprar. Determinados, Brian e seu pai, Harold, encontraram a solução perfeita: construir eles mesmos uma guitarra, seguindo as orientações de Brian, que sabia muito o que queria.

Fabricação:
Brian May e sua Red Special em Hannover, Alemanha, em um show do Queen em 1979.
Em 1963, iniciou a 'gestação' da Red em um pequeno dormitório da casa que virou oficina. O primeiro problema foi achar a madeira potente, a madeira certa. Encontraram uma chaminé feita de mogno que um amigo de Brian lhe deu e ele foi esculpindo-a até encontrar a forma certa. Depois, percebeu que as coisas estavam dando errado. Um dia, nervoso, jogou tudo pela janela. Mas reiniciou a construção.
Ele e o pai decidiram criar as ferramentas para poder ter um trabalho mais detalhado, único. Buscou na caixa de botões da mãe, o que seriam os trastes. Terminada a tal criação, ainda faltavam os fonocaptores, os tremolos e outras coisas. Ele acabou comprando uns Burns que utilizou no Braço da guitarra e as válvulas eram de moto.
Brian levou a obra prima para a escola e mostrou-a para um amigo, que de tão impressionado, quis trocar a guitarra dele de marca famosa pela "Old Lady". Ele não trocou. A Red Special foi polida e envernizada com uma cor avermelhada. Mas ainda não estava do jeito que ele queria. O som não era puro, não era o que ele imaginava. Um dia, por acaso, ele havia esquecido a palheta, e pegou uma moeda de 6 pences e o som saiu do jeito que ele sonhou: puro, limpo. Assim nascia esta guitarra tão cobiçada e única, que jamais haverá outra com tal sonoridade. O custo total dela não chegou a oito libras (cerca de 40 reais)


Restauração:
Recentemente, a Red Special passou por uma reforma minuciosa, realizada pelo luthier australiano Greg Fryer (acima, à esquerda), que utilizou os mesmos materiais da original. Fryer ainda confeccionou três exemplares idênticos para Brian, que os batizou de John, Paul e George, em referência aos Beatles. A Red Special tornou-se acessível ao público, sendo fabricada por duas empresas: a Guild Guitars, dos EUA, e a Burns Guitars, da inglaterra. Contudo, o último modelo construído foi em 2006. Atualmente, para quem deseja adquirir um exemplar (abaixo) com a assinatura de May, é possível pelo site Brian May Guitars .






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